quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vamos a Luta!


Desde a adoção das Políticas de Ações Afirmativas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro no ano e 2002 muitas vitórias foram alcançadas e tem provocado discussões e reações em diversos campos sociais. Apesar de ainda não se ter um diagnóstico preciso destas reações, elas já apontam para a necessidade de maior discussão por parte da sociedade e do meio acadêmico sobre o modo como são tratadas e se estabelecem as relações raciais no Brasil, assim como a relação direta que este fato possui com a garantia dos direitos sociais da população afrodescendente.

Apesar da opinião pública ainda travar a polêmica sobre a necessidade ou não das políticas afirmativas, elas já são uma realidade nas universidades brasileiras. Já é significativo o número de estudantes negros e de baixa renda que se inserem no quadro universitário, seja nas universidades públicas através da adoção do sistema de cotas, como também nas universidades particulares via o PROUNI. Esta mudança no perfil dos estudantes provavelmente causará transformações profundas na cultura e na vida universitária.
A União Nacional dos Estudantes além de se posicionar como defensora das Ações Afirmativas, tem o objetivo de se tornar protagonista dos debates que cercam este tema dentro das universidades brasileiras. Pois não basta, apenas, as cotas. É preciso que haja a implementação de outras medidas que possibilitem a permanência e o acesso pós-curso ao mercado de trabalho.

No ano de 2007 ocorreu o primeiro Encontro Nacional de Estudantes Negros e Cotistas da UNE na Universidade Federal da Bahia em Salvador. Cerca de 800 (oitocentos) estudantes de diversas universidades do Brasil debateram como eixos centrais os temas: “O que é ser negro no Brasil” e “As Políticas Afirmativas e Democratização das Universidades Brasileiras”. Além de participarem de inúmeros grupos de discussão, o que possibilitou o fortalecimento de uma rede de troca de experiências e cooperação na luta pela implementação de Ações Afirmativas em cada vez mais universidades.

No 50º Congresso Nacional da UNE o papel da Entidade na luta anti-racista brasileira obteve grande destaque e valorização, a Diretoria de Combate ao Racismo desde o congresso passou a contar com dois diretores (Gustavo Santana, Diretor de Combate ao Racismo e Miguel Cruz, 1º Diretor de Combate ao Racismo) um na região sudeste do Brasil e outro no nordeste o que hoje nos possibilita ter interlocução com um número maior de Universidades e estudantes.

Um comentário:

Bruno Costa disse...

Parabéns pela iniciativa de criar o blog. Resta-me a expectativa de acessá-lo e encontrar bons textos que abordem a questão do racismo, além de informações sobre os debates e eventos que exploram o tema.

Atenciosamente,
BRUNO COSTA
DCE UFRN